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Rádio Lousada

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 


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Opinião - Rádio Lousada noutro distrito Por Orlando Pinto 29 de Agosto de 2006 Mais de quatro mil lousadenses à espera Dado que, desde o dia 26 de Julho de 2006, o concelho de Lousada se encontra mais rico a nível de imprensa local, com o surgimento do “JL – Jornal de Lousada”, creio ser o momento oportuno para salientar a importância de mais um órgão de comunicação social para a nossa vila. Sendo Lousada a vila e o concelho da região do Vale do Sousa (isto para não ir mais além) mais pobre no que diz respeito à atribuição de uma frequência de rádio, faz todo o sentido juntar o útil ao agradável, apelando para a existência de mais um órgão de comunicação social, desta vez a prometida “RL – Rádio Lousada”. Em tempos houve uma Comissão Instaladora para a criação da RL, Comissão essa que elaborou um abaixo-assinado, conseguindo mais de quatro mil assinaturas, onde constam nomes bem conhecidos da nossa terra. Um documento que foi levado em mãos até Lisboa, ao cuidado do senhor Secretário de Estado, Morais Sarmento, do PSD, que tutelava a pasta dos órgãos de comunicação social. Mas, uma vez que a Comissão Instaladora caiu por terra, pelo menos aparentemente, até então nada se sabe sobre o assunto. A verdade é que a Comissão jamais veio a público dar notícias, deixando mais de quatro mil lousadenses sem resposta. Uma Comissão com “muita parra e pouca uva”, ou melhor, que está de braços cruzados à espera que a uva lhe caia na boca, e onde o silêncio parece ser de “ouro”. Até o deputado da Assembleia da República, Jorge Neto, lousadense, nada parece fazer em relação a este caso, pois faz-lhe “ouvidos moucos”. É também importante referir que 20 das 25 freguesias de Lousada elaboraram um documento, devidamente autenticado com selo branco, e posto em acta pública, que parece ter sido ignorado por Lisboa, que faz de conta nada saber da questão RL. Será por influência política? De resto, toda a história do processo encontra-se na posse da Câmara Municipal de Lousada (CML), em arquivo. Na minha opinião, o Sr. Dr. Jorge Magalhães, presidente da CML, devia vir a público esclarecer a minha pessoa e os mais de quatro mil lousadenses que assinaram o abaixo-assinado, a quem até à data nem a CML nem alguém ligado ao processo RL prestou contas. Muitos foram os políticos que em época de eleições prometeram mundos e fundos sobre o assunto RL, mas cuja boca depois logo se “fechou em copas”. Promessas vãs. Outros há que fazem questão de usar o bom-nome da RL para se afirmarem como homens políticos, muito defensores dos interesses do concelho de Lousada, mas que no fundo não têm interesse no aparecimento de uma rádio transparente. Talvez por essa razão, a RL seja um alvo a abater logo pela raíz... Mas a vila necessita de um órgão onde a voz e os acontecimentos sejam em tempo real, e onde se pratique um jornalismo sério e competente. É importante referir que Lousada já teve três estações de rádio local, uma em Caíde, outra em Aparecida e a “Rádio Lousada”, em pleno centro da vila, na frequência 98.2 FM. À semelhança de tantas outras rádios, também a RL era uma rádio pirata, que em 1988, por lei, foi obrigada a “calar o bico”. Mas logo no ano seguinte, o governo abriu um concurso público para as rádios se legalizarem. Acontece que nenhuma das rádios existentes por terras de Lousada foi a concurso, pelo menos em prazo legal, ficando os seus directores e colaboradores a “dormir à sombra da bananeira”. Já num segundo concurso, a RL concorreu em disputa com a “Rádio Vizela”, mas por má proposta, ou algo duvidoso, foi ultrapassada por Vizela e perdeu. A então freguesia, agora concelho de Vizela, conseguiu assegurar uma frequência de rádio definitiva, mas segundo reza a história a “Rádio Vizela” é “Onda de Lousada”, 97.2 FM. No entanto, a RV nada fez e nada faz pela divulgação das mais variadas vertentes sócio-culturais do concelho de Lousada. Sendo assim, “cada macaco no seu galho”, Lousada é Lousada e Vizela é Vizela, e, por direito próprio, “Onda de Lousada” pertence exclusivamente aos lousadenses – “o seu a seu dono”. Ainda não percebi muito bem como foi possível o governo atribuir uma rádio do distrito do Porto (RL) ao distrito de Braga (RV) – se de facto é de direito haver uma rádio destinada a cada concelho, cada qual no seu distrito, então Lousada tem por direito próprio o dever de exigir a sua rádio local, à semelhança do que fizeram os concelhos vizinhos. Afinal “mais vale tarde do que nunca”. É de lamentar que pessoas como eu, Orlando Pinto, há 16 anos a esta parte a exercer funções de colaborador e, por vezes, de produtor de programas de rádio, como o “Lousada FM”, em emissoras regionais do Vale do Tâmega, que cedem gentilmente a Lousada um espaço radiofónico, quando Lousada deveria ter a sua própria rádio. Até para os empresários lousadenses há prejuízo, na medida em que lhes são aplicadas tabelas de publicidade com custos mais elevados, sendo ainda de salientar que Lousada é a grande fonte de alimentação publicitária de pelo menos duas rádios do Vale do Tâmega, como a Era FM e a RCA, AMT.. Mas há situações curiosas… Enquanto os lousadenses lutam por uma rádio local, a cidade de Paredes não se importou em perder uma das duas rádios locais, agora ao serviço da Nova Era, a ex-Rádio “Terra Verde”, vendida a troco de “dez reis de mel coado”. Parece que em Portugal uns são filhos e outros enteados… Ou seja, continuam a haver rádios, sem conhecerem concurso público, que abrem emissões, e, pior ainda, colocam os emissores onde bem entendem. Aqui o Zé Povinho não tem voz pois “eu quero, posso e mando”, e Lousada não foge à regra. Por cá parece que muitos querem silenciar a RL, mesmo antes de existir. Mas eu, na qualidade de lousadense e de colaborador de rádio e jornal, espero e é de minha vontade que Lousada, num futuro próximo, possa vir a possuir uma rádio local que esteja ao serviço do concelho, formada por uma equipa de jornalistas e colaboradores capazes de fazer jornalismo puro, sem compadrios de qualquer espécie e cuja linha editorial seja livre na expressão do pensamento, na defesa dos interesses do concelho, pautado pelo rigor e transparência noticiosa.